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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

MUITO ALÉM DO BATACLÃ DE JORGE AMADO AOS DIAS PERIGOSOS DE HOJE

Luiz Zatar Tabajara aqui com Flavio Thamsten


Quando pensarem em visitar a Bahia, não deixem de dar um pulinho a Ilhéus! Parece até uma pequena cidade cinematográfica que saiu do romance de Jorge Amado, mas foi o contrário, não foi? Jorge Amado contou tão bem aquela historia de Nacib e Gabriela que você acha incrível que tudo naquela história exista por lá...

De cara me encontrei no Bar Vesúvio, onde os coronéis do Cacau ( Itabuna fica pertinho ) iam para negociar, e enquanto suas esposas e famílias se encontravam na Igreja logo a frente do Bar, havia uma passagem por onde eles chegavam até o famoso Bataclã, bordel de luxo comandado por Maria Machadão, que existiu e em sua época administrou uma casa noturna movimentadíssima, que recrutava as meninas mais bonitas do Brasil e do exterior. Jorge Amado se encontra como uma figura que fica sentada a mesa do bar Vesúvio, casa de Gabriela e Nacib, quem pode esquecer? Vale a pena esperar pelos famosos bolinhos de bacalhau...





























Só os amigos nos resgatam de nossas tristezas e mesmices... Nossa, como somos chatos! Só os amigos tem o poder de nos devolver a alegria. Compartilhar pequenos prazeres pode ser algo imensamente poderoso... ( Vai aí uma água de côco? )














O fato é que ninguém quer dar o braço a torcer e dizer que precisa realmente do outro, que precisa muito do próximo. Precisar do próximo poder ser uma dádiva!









Luiz Zatar, Cristina e Sinval à bordo do Costa Pacífica


A vida exige mais daqueles que também podem oferecer mais. O mundo anda curiosamente truculento, ninguém é mais criança e temos que criar abrigos reais, sólidos. Temos que criar uma vida onde possamos usufruir de sua integralidade e não viver fingindo que se vive, sorrindo para sair bem na foto. Hora de mudanças, de medidas de choque, para que a vida não fique surreal demais. Quem sempre apresenta conforto, nos devolve a realidade, coloca em nosso rosto um sorriso são os amigos... Não importa que a vida mude e lhe apresente novos amigos... A infância, a merendeira, a velha rua onde morava, nada disso fará algo por você


Estamos tristes porque a vida já depois de muitas aventuras e braçadas percorridas já não nos parece tão bela assim,( e o tempo passa ) mas ela tem elementos que pode tornar tudo incrivelmente exuberante. A vida continua sendo mágica, cheia de encantamentos e seduções mas a realidade nos impõe lições de contorcionismo para sobrevivermos. Ou ao menos para que possamos manter vivos nossos sonhos.





Estamos confusos num mundo repleto de possibilidades, inclusive de aniquilação e bobos como estamos tão sós, tão vazios, tão insatisfeitos com tanta impotência contra a violência. Os maus não vão para o xilindró, muitas vezes recebem medalhas... Aliás os maus ostentam sua malignidade como nunca, sinal de afirmação de que eles estão com tudo... Nunca vimos o planeta gritar tanto por socorro, e nunca tantos deram de ombros.



Tudo que sei é que está difícil ser feliz. Recebi um e-mail onde uma pessoa fala que descobriu que tem de ser feliz acatando as pequenas migalhas que a vida lhe proporciona. Talvez valorizar os pequenos prazeres nos dê uma idéia de que para sermos felizes algum dia temos que ao menos, ter a consciência dos dramas alheios, e sim, existem muitos dramas, então temos que colocar no papel o que nos faz sermos felizes, o nosso poder de compra ou o nosso poder de sentir e avaliar... Ou ambos, de uma maneira mais equilibrada.



Para mim, a fuga de vazios já trás muita coisa boa, ao menos dentro de uma sociedade terrivelmente massacrante no seu individualismo, - não que eu ou você não desejamos uma certa e até opulenta privacidade, mas é verdade que a solidão mata. Pois bem: OS DIAS ATUAIS MATAM. Se alguém me vier falar sobre a qualidade de vida que nos é oferecida pelos remédios amargos e caros eu vou me revoltar. Prefiro continuar esperando pelos meus bolinhos de bacalhau, a mesa de um bar, especialmente quando é o Bar que ficou marcado na literatura de Jorge Amado como o lugar onde se encontravam os coronéis do Cacau e se passava o romance entre Nacib e Gabriela. Um pouco de fantasia e dois chopps escuros, please, bons amigos com grandeza de alma, porque o mar de lama não está deixando escapar ninguém...



























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